Solução para fome é comida. No Nordeste, entretanto, onde os desníveis sociais são acentuados, ter acesso a uma dieta capaz de suprir o organismo das suas necessidades básicas não é fácil. Segundo dados do Instituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuária - Ipea, o chamado “mapa da fome” compreende 913 municípios, 582 dos quais localizados no Nordeste. Por isso soluções são pensadas, de modo a propiciar às camadas mais carentes da população a ingestão de alimentos ricos em nutrientes, especialmente proteínas.
	O objetivo é minimizar a fome que se faz acompanhar de uma série de doenças entre as quais a desnutrição, a anemia, o bócio, a cárie dental e a hipovitaminose A (carência de vitamina A), afetando principalmente crianças de 0 a 5 anos, em fase de amamentação e mulheres grávidas. O uso de Prothemol, suplemento alimentar desenvolvido por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores pernambucanos, vem apresentando resultados animadores, fato que acena para um ano 2.000 sem fome, como almeja o Arcebispo Emérito do Recife D. Hélder Câmara, grande incentivador do programa.
	Sangue bovino é a matéria prima do Prothemol. Os ingredientes são hemácias e clara de ovo de galinha dessecadas, e da farinha de trigo. Depois de processados, estes componentes resultam num pó que deve ser dissolvido em líquido quente (caldo de feijão, leite etc.), e ingerido em conjunto com outros alimentos. O plasma também é aproveitado dando origem ao Plasmel, um potente medicamento para tratar a carência de A. Este xarope contém sacarose, o que deixa o remédio com um gosto muito agradável, e é enriquecido com vitamina A. Segundo Naíde Teodósio, que responde pela coordenação da pesquisa, 60 gramas diários (distribuídos nas três refeições) são suficientes para suprir o indivíduo dos nutrientes necessários.

PRODUÇÃO EXIGE CUIDADOS
DIETA AGRAVA DESNUTRIÇÃO
PESQUISAS FORAM INICIADAS EM 87
APLICAÇÃO SOFREU INTERRUPÇÃO
DESNUTRIÇÃO TEM QUEDA EM PERNAMBUCO

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