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A VINGANÇA DO MAR

Pesquisadores constatam que 90% da erosão marinha têm causas antrópicas


erosão em Pernambuco Em algumas partes do litoral pernambucano, o mar avançou quase 200 metros nos últimos 20 anos. Depois de quatro anos de estudos, pesquisadores do Laboratório de Geologia e Geofísica Marinha (LGGM) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) não têm dúvidas ao apontar causas antrópicas para o problema. Ou seja, o próprio homem é o maior responsável por este desequilíbrio.

O nível médio do mar tem aumentado no mundo inteiro, em média, 30cm em 100 anos, o que causa transtornos em todos os litorais urbanizados. Este fenômeno, considerado normal para os geólogos, tem causas naturais, como o deslocamento do eixo de rotação da terra, e outras nem tanto, como o efeito estufa: o buraco na camada de ozônio, provocado pelo uso de produtos não biodegradáveis, libera a ação dos raios solares sobre as calotas polares, derretendo o gelo e, consequentemente, aumentando o nível dos oceanos.

“Um avanço dessa ordem pode não representar muito. Mas, em regiões com topografia semelhantes à nossa, com um litoral constituído por praias arenosas e de baixa declividade, à exceção do Cabo de Santo Agostinho, que é um pontal rochoso, é significativo”, afirma o geólogo Fábio Araújo Pedrosa do LGGM.

É o homem, portanto, o maior responsável pelo agravamento do problema da erosão marinha. “Os fatores naturais (movimento das ondas, marés, ventos e estuários de rios que desembocam na costa) que mantêm o equilíbrio numa zona costeira, são muito frágeis. A despeito disso, 60% da população do mundo vive nessa faixa de terra, que representa apenas 1,6% das terras emersas”, diz Pedrosa

Segundo ele, isso leva ao desencadeamento de uma série de ações antrópicas que resultam numa aceleração da taxa de avanço do mar.


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