MAR AVANÇA SOBRE BOA VIAGEM


Com base em cinco meses de medições diárias em um trecho de 1.900 metros da praia de Boa Viagem, no Recife, os membros do LGGM preparam um relatório contendo diagnóstico e soluções para aquela área, onde em 1994 o mar avançou perigosamente, derrubando coqueiros, destruindo quadras de esporte, e até uma parte do calçadão.

As conclusões deste estudo, encomendado pela Prefeitura do Recife, estão baseadas numa pesquisa minuciosa de parâmetros de ondas, de correntes litorâneas, de ventos, e de marés. Há também acompanhamento da variação topográfica da área (onde a praia perdia e onde ganhava areia). “Só depois de um estudo como este é que se pode indicar a obra ideal entre as muitas opções que existem”, diz Pedrosa.

Quanto ao fato de um cidade ter localização abaixo do nível do mar, Pedrosa esclarece que isto é de importância relativa na questão da erosão marinha. A Holanda, que teve 1/3 de seu território conquistado ao mar, e os demais países baixos, se não fossem os grandes diques e as barragens, não existiriam.

No Recife, que é uma grande planície cercada por morros, o problema só afeta algumas regiões que ficam abaixo da cota média da preamar (maré alta). Na planície central do Recife, esta cota é de 4m acima do nível médio do mar.

Acontece que a maré alta atinge 2,7m castigando alguns bairros que, de tão baixos, são inundados até por chuvas de verão . “Ai tem-se mais uma vez a ação antrópica. Muitas dessas localidades eram mangues que, ao longo do tempo foram aterrados e cujo terreno agora passa por um processo de recalque, ou seja, está cedendo”, justifica o pesquisador.


ALTERNATIVAS PARA CONTER A EROSÃO
VOLTAR