8.1 Planejamento da Qualidade  8.2 Garantia da Qualidade  8.3 Controle da Qualidade
 Integração  Escopo  Tempo  Custo  Qualidade  Recursos  Comunicações  Risco  Aquisições

8 GERÊNCIA DA QUALIDADE DO PROJETO

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A Gerência da Qualidade do Projeto inclui os processos requeridos para garantir que o projeto irá satisfazer as necessidades para as quais ele foi empreendido. Isto inclui “todas as atividades da função de gerência geral que determinam as políticas de qualidade, objetivos e responsabilidades e para a implementação destes, por meio de planejamento da qualidade, controle da qualidade, garantia da qualidade e melhoria da qualidade, dentro do sistema de qualidade” [1] . A Figura 8-1 fornece uma visão dos principais processos de gerenciamento da qualidade do projeto:

        Planejamento da Qualidade — identificar quais padrões de qualidade são relevantes para o projeto e determinar a forma de satisfazê-los.
        Garantia da Qualidade — avaliar periodicamente o desempenho geral do projeto buscando assegurar a satisfação dos padrões relevantes de qualidade.
        Controle da Qualidade — monitorar os resultados específicos do projeto para determinar se eles estão de acordo com os padrões de qualidade relevantes e identificar as formas para eliminar as causas de desempenhos insatisfatórios.

  Estes processos interagem mutuamente bem como com os processos de outras áreas de conhecimento. Cada processo pode envolver o esforço de um ou mais indivíduos ou grupos de indivíduos, dependendo das necessidades do projeto. Cada processo ocorre, geralmente, pelo menos uma vez em cada fase do projeto.
  Embora os processos sejam aqui apresentados como elementos discretos e com interfaces bem definidas, na prática eles podem sobrepor-se e interagir de formas aqui não especificadas. As interações entre os processos estão discutidas de forma detalhada no Capítulo 3, os Processos da Gerência de Projetos.
  A abordagem básica da gerência da qualidade descrita nesta seção pretende ser compatível com a Organização Internacional para a Padronização (International Organization for Standardization – ISO), conforme detalhado nas séries de padrões e guias ISO 9000 e 10.000. Essa abordagem generalizada deve também ser compatível com (a) abordagens proprietárias da gerência da qualidade tais como aquelas recomendadas por Deming, Juran, Crosby, etc, e (b) abordagens não proprietárias, tais como a Gerência da Qualidade Total ( Total Quality Management – TQM ), Melhorias Contínuas e outras.
  A gerência da qualidade do projeto deve ser direcionada tanto para a gerência do projeto quanto para o produto do projeto. O termo genérico produto é ocasionalmente empregado na literatura da qualidade para referenciar tanto a bens quanto a serviços. O fracasso em se atingir os requisitos de qualidade em qualquer das dimensões, pode trazer conseqüências negativas sérias para uma ou até mesmo para todas as partes envolvidas do projeto. Por exemplo:

   O atendimento aos requisitos dos clientes, através de trabalho extra da equipe do projeto, pode produzir conseqüências negativas na forma de aumento de atritos entre funcionários.

   O atendimento aos objetivos de cronograma do projeto realizando-se as inspeções planejadas de qualidade apressadamente, pode vir a gerar conseqüências negativas caso algum erro não seja detetado.

  Qualidade é “a totalidade de características de uma entidade que a torna capaz de satisfazer necessidades declaradas ou implícitas” [2]. Um aspecto crítico da gerência da qualidade, no contexto do projeto, é a necessidade de traduzir as necessidades implícitas em requerimentos, através da gerência do escopo do projeto (descrita no Capítulo 5).
  A equipe de gerência do projeto deve tomar cuidado para não confundir qualidade (quality) com graduação (grade). A graduação é “uma categoria ou ranque atribuídos à entidades que possuam a mesma utilização funcional, mas diferentes características técnicas” [3]. Uma qualidade baixa é sempre um problema; uma baixa graduação pode não ser. Por exemplo, um software pode ser de alta qualidade (sem defeitos óbvios, manual legível) e baixa graduação (um número limitado de características), ou de uma baixa qualidade (muitos defeitos, documentação do usuário desorganizada) e uma alta graduação (muitas características). Determinar e entregar os níveis requeridos de ambas, qualidade e graduação, são as responsabilidades do gerente do projeto e da equipe da gerência do projeto.
  A equipe de gerência do projeto deve também estar atenta ao fato de que a gerência moderna da qualidade complementa a gerência do projeto. Por exemplo, ambas reconhecem a importância de:

   Satisfação do cliente - entender, gerenciar e influenciar necessidades de forma que as expectativas do cliente sejam satisfeitas. Isto exige a combinação de conformidade com requerimentos (o projeto deve produzir o que foi dito que ele produziria) e conveniência para o uso (o produto ou serviço produzido deve satisfazer as necessidades reais).

   Prevenção ao invés de inspeção - o custo da prevenção de erros é sempre muito menor que o custo para corrigí-los, como demonstrado pela inspeção.

   Responsabilidade da gerência - o sucesso exige a participação de todos os membros da equipe, mas permanece a responsabilidade da gerência em fornecer os recursos necessários para se ter êxito.

   Processos dentro de fases – o ciclo repetitivo de planejar, fazer, checar e agir (plan-do-check-act - PDCA) descrito por Deming e outros é bastante similar à combinação de fases e processos discutidos no Capítulo 3, Gerência dos Processos do Projeto.

  Além do mais, as iniciativas de melhoria da qualidade desenvolvidas pela organização executora (por exemplo, Gerência da Qualidade Total – TQM – Total Quality Management, Melhorias Contínuas e outras) podem melhorar tanto o gerenciamento do projeto quanto a qualidade do produto do projeto.
  Entretanto, existe uma diferença importante que deve merecer particular atenção da equipe de gerência do projeto - a natureza temporária do projeto faz com que os investimentos na melhoria na qualidade do produto, especialmente a prevenção de defeitos e avaliações, devem, freqüentemente, ficar a cargo da organização executora, uma vez que o projeto pode não durar o suficiente para colher as recompensas.

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