Sozinhos sem solidão
A juventude entre 20 e 30 anos encara um mundo de informações velozes, que exigem respostas rápidas. Vivem em meio às novidades tecnológicas como os computadores e a internet, que facilitaram e até promoveram o isolamento de quem mora numa grande cidade.
Como diz a psicoterapeuta Amparo Caridade, especialista em sexualidade e relacionamentos humanos, os jovens de hoje entraram num circuito onde importa ter sucesso e conhecimento. Ela acredita que as trocas emocionais profundas entre as pessoas está colocada num segundo plano.
O gerente de banco Marcos Cunha, 25 anos, concorda com a opinião da psicoterapeuta mas complementa o conceito dizendo que, mesmo estando em segundo plano, não é possível esquecer as carências. Marcos decidiu morar sozinho há um ano mas não sente solidão. “Tenho poucos amigos profundos mas conheço muita gente, mesmo que superficialmente. O mundo contemporâneo me deu essa possibilidade”, comenta.
Já o médico Amilton Gusmão, também com 25 anos, acredita que solidão é um estado de espírito. “Alguém pode estar rodeado por pessoas e continuar sentindo-se só”, diz. Ele mora sozinho há oito meses, em Caruaru, e optou pela mudança por oportunidades de trabalho mas também para conquistar sua própria vida. “Moro sozinho, numa cidade que não é a minha, mas a felicidade de conquistar o que queria é geralmente maior que a solidão”, confessa.