O ÓDIO SE ESPALHA


Stormfront define a si mesmo como “uma fonte para todos os homens e mulheres corajosos que lutam com o objetivo de preservar a cultura ocidental branca, seus ideais e a liberdade de expressão e associação - um fórum para planejamento de estratégias e formação de grupos políticos e sociais que assegurem vitória”.

Aqui, além de informação em forma de textos, você pode capturar verdadeiras raridades em imagens como a de um casal branco ninando uma criança branca, com os seguintes dizeres embaixo: “é a mais simples realidade ver que ... nascer BRANCO é uma honra e privilégio”.

Stormfront é organizada por um Ku Klux Klan de pseudônimo Don Black (algo como “não se escureça, em português). Entre as atrações deste site, links para as páginas de supremacistas brancos, como Ernst Zundel, um nazista canadense que foi levado ao tribunal, na década de 80, por negar o Holocausto.

“Para os historiadores, debater com pessoas que negam o Holocausto é como discutir com Carl Sagan se a terra é ou não plana”, afirma Jamie McCarty, um dos que combatem o avanço dos grupos radicais na net. McCarthy diz que estes grupos não são o que se possa chamar de inteligentes. “Mas eles estão ficando mais espertos”, afirma.

Mais espertos e cada vez mais jovens. O Reverendo Ronald C. Schoedel III tem apenas 19 anos e é responsável pela Christian Identity Online. Segundo o próprio, não é mais uma página na Web, “mas uma forma de pensamento cujas raízes estão firmemente fincadas à Bíblia”. Entre as tiradas do jovem Ronald, há afirmações como: “o Judaísmo nunca foi ou será a religião do Velho Testamento... nem Jesus era judeu... não devemos ter nenhum tipo de envolvimento com esta religião satânica.”.

O site ainda traz revelações chocantes, como declarações racistas de Abraham Lincoln - tido como um dos abolicionistas americanos - além de um artigo pra lá de condenatório sobre o casamento anti-racial, escrito pelo pastor Sheldon Emry.

O ódio se espalha e ganha as manchetes. A penúltima edição on-line da Web Review, uma revista americana da Web traz uma cobertura completa sobre o tema. A abertura da matéria diz que 1995 foi um ótimo ano para o ódio. Cita o assassinato do Primeiro Ministro Israelense Yitzhak Rabin, a divisão entre negros e brancos sobre o julgamento de O.J. Simpson, o atentado a bomba na cidade americana de Oklahoma City, além dos numerosos ataques do terrorista Unambomber.


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