ANJOS NA REDE


Se grupos radicais invadem a Internet, algumas pessoas isoladamente ou grupos não ficam de braços cruzados e tentam (tarefa bem árdua) manter a pluralidade da rede ao mesmo tempo que combatem o ódio às diferenças. São os anjos da guarda da Internet.

O que faz The Wiesenthal Center, que monitora a escalada do movimentos segregacionistas na rede. No site da Weisenthal é possível denunciar grupos que praticam crimes segregacionistas, como o anti-semitismo. O Centro já recebeu milhares de mensagens com denúncias de ódio na net.

Um canadense de nome Ken McVay começou sua luta contra os segregacionistas em janeiro de 1991. Naquela época cruzou pela primeira vez na Usenet com textos que negavam a existência do extermínio de judeus durante a segunda guerra, episódio conhecido como Holocausto.

Segundo McVay, vale a máxima, a melhor defesa é o ataque. Nos últimos cinco anos, ele coletou mais de 3.000 documentos que deixam por terra os argumentos dos supremacistas brancos. O melhor, colocou todos estes documentos à disposição na rede.

McVay, que já recebeu prêmios pelo seu trabalho na rede, está finalizando um livro que nega os que negam o Holocausto. “O racismo e o ódio devem ser confrontados ou então perderemos”, diz ele.

Enquanto os ânimos se acirram , algumas empresas, como a Compuserve, tomam atitudes anti-democráticas. A principal provedora de serviços on-line dos EUA vetou o acesso a cerca de 200 “newsgroups” tidos como sexistas e pornográficos.

O Congresso Americano, sob o protesto de milhões de usuários também vai aos poucos impondo uma liberdade vigiada à rede. Argumenta-se que grupos radicais estão invadindo a Internet. Na verdade, o Governo procura exercer algum tipo de controle sobre a rede e as informações que nela trafegam.

No Brasil, enquanto a Internet dá os primeiros passos, discussões neste nível ainda são impensáveis. Porém, é bom lembrar que a constituição promulgada em 1988 garante, em seu artigo 5º, parágrafo IX, a livre expressão da identidade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença. Enquanto Zumbi dos Palmares estiver a salvo dos racistas “on-line” de plantão, o texto da constituição não precisará ser mudado.


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