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CINEMA, DE NOVO

Depois de um recesso de 18 anos, Pernambuco volta à tela grande com Baile Perfumado


O Baile Perfumado A pipoca por testemunha. Depois de 18 anos sem longas metragens Pernambuco volta à tela grande com Baile Perfumado - uma produção com pré-estréia prevista para julho e que conta a história de Virgulino Ferreira, o Lampião, através da biografia de Benjamin Abrahão - um mascate oportunista, responsável pelas únicas imagens do cangaceiro disponíveis hoje.

Libanês, Benjamin Abrahão cruzou o Atlântico na década de 10 e foi ser um tipo de assessor de marketing do Padre Cícero, outro mito do povo nordestino, em pleno sertão de Juazeiro do Norte, no Ceará dos anos 30. Dizia-se jornalista estudado na França.

A história conta que numa famosa visita à Padre Cícero, quando foi receber a patente de capitão das forças patrióticas do governo federal, Lampião foi apresentado a Benjamin. À princípio, não simpatizou com libanês. Mas se rendeu à proposta de Benjamin de posar para uma fotografia imitando Rodolfo Valentino no filme Sangue e Areia.

Pouco tempo depois, em 1936 estava Benjamin Abrahão acompanhando o bando de Lampião, embrenhado nas caatingas do Sertão e captando em 35 milímetros as primeiras e últimas imagens do cangaço. A saga de Benjamin é contada a partir da morte de Padre Cícero, em 1934 e vai até 1938, com o assassinato de Lampião.

Produzido pela Saci Filmes e dirigido pelos pernambucanos Paulo Caldas e Lírio Ferreira, Baile Perfumado enfoca não o Lampião dos tiros e emboscadas. Mas o Lampião que se encanta com os primeiros rasgos de modernidade no sertão - coisas como a cafeteira, o uísque escocês, a máquina fotográfica e o perfume francês, que utilizava em grandes bailes onde todo o bando se perfumava - origem do nome do filme.


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