A história recente nos fala de inúmeros exemplos de planos de desenvolvimento que resultaram em grandes frustrações. Em geral, a busca do crescimento econômico a qualquer preço está por trás desses insucessos. Populações privadas de qualquer parcela da riqueza gerada, intensa injustiça social e a crescente deterioração dos recursos naturais e ambientais atestam o fracasso dessas políticas. Os países periféricos têm sido sobretudo os mais sacrificados nesses processos.

      A insatisfação com as condições de exploração do meio ambiente deu fôlego e motivação para as lutas de defesa e conservação ambiental nos países centrais, originando, a partir daí, uma nova concepção de desenvolvimento, o desenvolvimento sustentável. Esta concepção agregou novas dimensões ao conceito, particularmente a dimensão social ganhou ímpeto e a cada dia são introduzidos aperfeiçoamentos nesta abordagem.

      Com a elaboração da Estratégia de Desenvolvimento Sustentável para Pernambuco, o Governo está oferecendo uma contribuição ao desafio de produzir uma concepção de desenvolvimento, baseada nas discussões já postas a nível do Nordeste pelo Projeto ÁRIDAS, ao mesmo tempo em que constrói o seu próprio discurso de mobilização em torno de um projeto estadual de desenvolvimento voltado para o futuro.

      As disputas políticas, ideológicas, econômicas, sociais, culturais e ambientalistas que se travam no seio da sociedade pernambucana recebem com este documento, uma contribuição no sentido de melhorar as noções de racionalidade e eficiência, através de uma proposta de planejamento de médio e longo prazos.

      Baseada nesses pressupostos e na compreensão do papel do planejamento estratégico, como um instrumento capaz de articular e organizar, no tempo e no espaço, as diversas contribuições técnicas e políticas, no âmbito do governo e da sociedade, a SEPLAN, através do CONDEPE, tomou como referência:

        • os conhecimentos específicos de técnicos das diversas Secretarias e Órgãos do Governo;

        • contribuições técnicas e políticas dos Secretários de Governo, dos empresários, líderes sindicais, ONGs e do poder legislativo;

        • as propostas contidas nos vários documentos já elaborados pela sociedade civil e, em particular, a Agenda Pró-Pernambuco;

        • Programa de Governo, negociado durante a campanha eleitoral; e

        • colaboração do Instituto Interamericano de Colaboração Agrícola - IICA, através de apoio técnico.

      A Estratégia de Desenvolvimento Sustentável para Pernambuco pretende, portanto, ser instrumento de discussão e de negociação dos diferentes segmentos da sociedade em torno de um projeto unificado para Pernambuco.



                    JOSÉ AILTON DE LIMA
                    Presidente do CONDEPE