GERENTE DO SÃO LUIZ NEGA FECHAMENTO DO CINEMA

(30 de outubro de 1996)

O tombamento do cinema São Luiz foi discutido ontem, numa reunião convocada pelo presidente da Fundarpe (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco), Raimundo Carrero. O encontro, que terminou sem que muitas decisões concretas fossem tomadas, reuniu representantes da empresa Severiano Ribeiro - proprietária do cinema - , do projeto Viva o Cinema São Luiz e grupos interessados na preservação da sala. A proposta de tombamento foi adiada porque, pela primeira vez, a gerente da filial do grupo Severiano Ribeiro, Genemar dos Anjos, negou a intenção de fechar o cinema.

Ela entregou um comunicado oficial alegando que "são infundados os temores da sociedade". No texto, a gerente diz que a empresa espera um incremento das políticas públicas que possam melhorar as condições urbanas e de segurança no centro da cidade. A pedido de Genemar dos Anjos, Carrero prontificou-se a solicitar da Polícia Militar a volta do policiamento nos cinemas do centro. Em contrapartida, a gerente garantiu que o grupo vai estudar propostas para melhorar a programação exibida no mais antigo cinema do centro.

DESCASO - Presente à reunião, Lula Cardoso Ayres Filho,concordou com Genemar dos Anjos e afirmou que há um descaso dos poderes públicos em relação aos cinemas. Lula é proprietário do Instituto Cultural Lula Cardoso Ayres, que possui uma das maiores cinematecas do mundo, entidade que leva o nome do seu pai, artistas plástico que pintou o mural instalado no São Luiz.

Os autores do manifesto Viva o Cinema São Luiz, Fernando Montenegro e Noé Sérgio, sugeriram ao presidente da Fundarpe convidar para as próximas reuniões representantes da URB (Empresa de Urbanização do Recife) e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, para que outras decisões possam ser tomadas.


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