Autores exaltam a beleza do cinema e pedem apoio

A suspeita que o cinema São Luiz pudesse ser transformado numa loja de eletrodomésticos e ter um fim igual ao Moderno alarmou parte da população do Recife. Para evitar a venda e o fechamento da sala de exibição, um grupo de pessoas das mais diversas áreas (arquitetura, direito, medicina e psicologia) elaborou o manifesto Viva o São Luiz. O texto é uma exaltação à história e aos valores culturais do cinema. Com elel, a equipe pretende mobilizar a opinião pública e buscar soluções para que o São Luiz permaneça sempre como o templo dos cinéfilos pernambucanos.

Pela importância do cinema, o projeto ganhou a adesão do presidente da Fundarpe, Raimundo Carrero, e o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), José Carlos Viana. Ambos pretendem buscar soluções para que o patrimônio da cultura cinematográfica pernambucana seja preservado. José Carlos Viana pretende ouvir os autores do manifesto para unir investimentos da iniciativa privada que possam viabilizar projetos de revitalização ná área que fica em torno do cinema. O presidente da FCCR propôs a criação de um corredor cultural na Rua da Aurora, que integraria o São Luiz e a Galeria Metropolitana ao Mispe e à Fundarpe.

Carrero declarou que o projeto já está em andamento. Até dezembro a Fundarpe pretende finalizar a restauração dos casarões da Rua da Aurora, que devem sediar instituições voltadas para arte e cultura. O escritor se mostrou favorável à integração com a Galeria Metropolitana (um orgão da FCCR) e com o cinema, que faria parte de um novo pólo de cultura e lazer. "Do ponto de vista cultural, o cinema São Luiz não é propriedade do grupo Severiano Ribeiro. Ele pertence ao povo pernambucano e faz parte da nossa memória, da nossa vida, da história recifense. A Fundarpe vai fazer o que for preciso para preservá-lo", afirmou Carrero.

Celso Marconi, presidente do Museu da Imagem e do Som de Pernambuco, que gerencia o Cine Ribeira, endossa a opinião de que o São Luiz é um patrimônio e um marco para Pernambuco. Mas, pela sua experiência em administrar o Ribeira, ele disse entender que é muito caro manter o cinema grandioso como o São Luiz. Para ele, cabe à sociedade e às autoridades buscar soluções que possam fortalecer a maior sala de exibição do Estado.