PARADA 2: Penedo - AL
A história oficial conta que Penedo foi fundada pelo donatário da capitania de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira, em 1535. Ao avistar formações naturais de rocha, ou penedos, ele deu nome àquelas terras na foz do Rio São Francisco, já habitadas pelos índios Caetés. Quatro séculos depois, descobrir Penedo é uma aventura inesquecível para quem quer conhecer um pouco mais da história do Brasil, a caminho de Salvador, ou para quem apenas procura um bom descanso.
De ruas estreitas e construções em estilo colonial, Penedo abriga igrejas e monumentos importantes do Brasil dos séculos 17, 18 e 19. O passeio histórico pode começar pelo Forte da Rocheira, uma construção que remonta ao domínio flamengo no Nordeste. O forte, parcialmente destruído pelos portugueses logo após a expulsão dos holandeses, em 1645, ainda preserva muito de sua estrutura original, que abriga a Casa de Aposentadoria - antiga casa para hospedaria das famílias nobres à passeio - além da Prefeitura, alguns prédios públicos e um dos melhores restaurantes da cidade, o Rocheirão.
Outra construção que ainda guarda o esplendor original, apesar de estar precisando de uma restauração, é a Igreja Santa Maria dos Anjos. Pintada a ouro, no estilo rococó, a igreja foi terminada em 1660 e já abrigou um dos maiores conventos franciscanos da região.
Já a igreja de Nossa Senhora das Correntes é de 1764 e foi construída para ser capela da família Lemos, uma das mais abastadas da região. Hoje, depois de uma recente restauração (ainda não finalizada) é uma das mais belas construções do século 18 no Nordeste. Em estilo rococó, é, como a de Santa Maria dos Anjos, toda pintada a ouro. As paredes trazem belos azulejos portugueses policromados e o piso é todo em ladrilho inglês. Um colírio para os olhos e para a alma.
O roteiro histórico pode ser completado com uma visita a Casa do Penedo. Lá, desde 1992, estão guardados quadros, vestes, peças de porcelana, e de madeira além de jornais e livros que contam a história da cidade. Duas dicas para quem quer fazer o roteiro histórico: A primeira, não programar o passeio para a segunda-feira, quando algumas igrejas e a Casa do Penedo fecham. A segunda é procurar um dos excelentes guias-mirins que a Secretaria de Turismo da Prefeitura disponibiliza aos visitantes. Eles contam tudo da história oficial da cidade e ainda alguns "causos", como o de que D.Pedro II escreveu em seu diário que Penedo deveria ser a capital da Província das Alagoas. Na verdade, fazia isso com todas as cidades pelas quais passava, como forma de retribuir a hospitalidade. Nenhuma se tornou capital. Penedo não foi exceção.
A hospedagem em Penedo não é problema para o visitante. Um tanto esvaziada de turistas, apesar do período de férias, sobram vagas nos hotéis e pousadas da cidade. Os preços são convidativos, variando de R$ 18 (Turista Hotel) a R$ 50 (Pousada Colonial), a diária para duas pessoas. Os restaurantes da cidade servem os principais pratos da culinária brasileira. Os destaques vão para a moqueca, o peixe e o camarão, pescados no rio São Francisco. Por R$ 10 é possível dar um passeio de lancha até a foz do São Francisco e conhecer as pequenas ilhas no seu curso. Conta a história que nestas ilhas os condenados à morte eram enforcados ou queimados, pois os católicos não permitiam que fossem executados na cidade.
À noite é quando a cidade carece de opções. Bares pé-de-calçada ficam cheios na quinta e sexta. Mas quem quiser um roteiro diferente, o melhor é passear pelas margens do Rio São Francisco. Com sorte, uma lua no céu pode fazer do simples passeio um espetáculo imperdível. Na manhã seguinte, é hora de colocar o carro na balsa, que cruza o São Francisco até a outra margem, em Neópolis, curtir a despedida pelo rio e seguir viagem, do outro lado, já no Estado de Sergipe.
SERVIÇO
Passeio de lancha até a foz do rio São Francisco: R$ 10,00
Balsa: R$ 6,00 (por carro)
Telefones:
Secretaria de Turismo da Prefeitura (082) 551-2727
Turista Hotel (082) 551-2237
Pousada Colonial (082) 551-2355
Casa do Penedo: (082) 551-2516