A presente disciplina situa-se no domínio da informática educativa e tem por objeto a apresentação e estudo das condições de concepção e de utilização de softwares para o ensino-aprendizagem. A engenharia de softwares educativos não é em si uma domínio da ciência da computação e ela aborda questões transversais, precisando das ferramentas de várias disciplinas da informática (engenharia de software, interface homem-maquina, inteligência artificial, os bancos de dados, a computação gráfica, etc).

Essa pluri-disciplinaridade da informática educativa não é só limitada à ciência da computação e exige também competências em outros domínios de conhecimentos. O desenvolvimento de um software educativo tem especificidades que o diferenciam de outros softwares. Por exemplo, a definição da interação entre o aluno e o software não pode ser somente uma questão de interface homem-maquina. O aluno é um usuário particular que precisa não somente utilizá-lo, mas sobretudo construir conhecimentos através desse uso. Por isso, na concepção e desenvolvimento de softwares voltados para o ensino-aprendizagem são necessárias interações entre diversas áreas de conhecimento tais como a informática, a didática, a psicologia cognitiva, entre outros, além do domínio de conteúdo especifico.

Defende-se nessa disciplina também a importância da interação entre os pontos de vista da pesquisa, do desenvolvimento, do ensino e formação como uma condição necessária à produção de softwares educativos, coerentes com os resultados das pesquisas sobre o ensino-aprendizagem e adaptados às necessidades dos usuários. De um ponto de vista geral, considera-se a importância da interação dialética entre a pesquisa, no sentido da compreensão e modelização de fenômenos, e o desenvolvimento, no sentido da criação de tecnologias e aplicações. Por um lado, o desenvolvimento fornece questões e resultados à pesquisa. Por outro lado, muitas vezes a abordagem teórica das questões permite encontrar soluções para problemas gerados no processo de desenvolvimento de softwares. Esta interação concretiza-se, em geral, numa engenharia cujas atividades podem ser descritas em termos de:
- transformação de questões de desenvolvimento em objetos de pesquisa,
- utilização de conceitos para buscar soluções para questões do desenvolvimento,
- transformação de conceitos em objetos observáveis,
- articulação entre a teoria e a pratica.

As competências de um engenheiro de softwares educativos, além de precisar de uma cultura larga em ciência da computação e em ciências da cognição em geral, exigem capacidades de articulação de pessoas das várias árias de conhecimento envolvidas. Por isso, nosso objetivo é dar alguns elementos dos domínios em interação na concepção de softwares educativos e elementos