SOFTEX faz previsão para a indústria brasileira de software
Na primeira participação da Sociedade Brasileira para Promoção e Exportação de Software durante a Feira Internacional de Tecnologia da Informação (CeBIT/94) , em Hannover (Alemanha), dois nativos questionaram: "será que os brasileiros fazem softwares com bananas?". Isso levou o presidente da SOFTEX, Kival Weber, a refletir que a imagem do Brasil como produtor de softwares com qualidade e inovação precisava ser construída dentro de casa. A idéia foi amadurecendo e o primeiro passo foi dado este ano.
Em Curitiba, meados de 97, a SOFTEX apresentou a todos que estão envolvidos direta ou indiretamente no Programa, a agência de Publicidade Denison - Rio de Janeiro. A empresa, que concorreu com outras quatro e ganhou a licitação, está empenhada na construção e execução do projeto de comunicação, trabalho e guia de marca dos produtos da SOFTEX. "A partir desta parceria, todos poderão associar o Brasil como ator importante na indústria de software internacional, além de consolidar a imagem deste país como exportador de produtos com qualidade" , diz Kival Weber.
Trabalhar na divulgação de softwares brasileiros é um das metas da SOFTEX para o ano de 98. "Temos uma metodologia de planejamento, desde 93. Para o próximo ano, há 06 operações previstas: promoção e exportação de software; criação de novas empresas (GENESIS e Núcleos); geração de novos negócios; marketing e comunicação; consolidação da gestão da SOFTEX além de incrementar a atual política institucional", explica Weber. Para as empresas que estão exportantando, sustentarem as operações no mercado externo, o presidente da SOFTEX adiantou que está empenhado no estudo para viabilizar a concessão de recursos de capital que venham a dar suporte aos empresários.
A Sociedade Brasileira para Promoção e Exportação de Software existe desde 93 e até o ano passado, através de investimentos governamentais e do setor privado, obteve recursos da ordem de 20 milhões de reais. A previsão do presidente da SOFTEX, Kival Weber, é de que até o final de 97, a indústria de software no Brasil fature algo em torno de US$ 2 bilhões de dólares, o que representa um por cento do mercado mundial, US$ 250 a US$ 300 bilhões. Só a indústria americana, maior do mundo no setor, detém 2/3 do mercado mundial. A espectativa otimista de Kival tem uma explicação. "O trabalho realizado até aqui pelas empresas, centros de pesquisa, universidades e governos federal, estaduais e municipais garante o meu otimismo em relação ao futuro do software brasileiro. Estamos produzinho e exportando coisas extraordinárias", justifica.
Colocar o Brasil entre os cinco maiores produtores e exportadores de software do mundo continua sendo o objetivo principal da SOFTEX. As exportações têm crescido gradativamente de 93 para cá. Para se ter uma idéia, de 86 a 89, o Brasil obtinha 100 mil reais com exportações. Há quatro anos, este número já chegou a 15 milhões de reais. "É um processo difícil para qualquer país. Uma meta a longo prazo. O Brasil conquistou a 10ª posição no ranking econômico mundial e ocupa lugar semelhante na produção e exportação de software. O principal problema continua sendo a falta de capital para que as empresas possam dar a partida. Para se ter idéia, uma operação nos EUA necessita de no mínimo 500 mil reais. Nossas empresas vivem com a receita, mas não dispõe de capital para novos investimentos.", explica Kival.
Brasil é destaque - até o momento, maior revelação brasileira em software para o mercado internacional é a automação bancária, seguida da industrial, agribusiness, educação e segurança. "Nosso maiores compradores são os Estados Unidos, seguido da Alemanha. A China começa a abrir as portas, através de software que ensina a jogar futebol, por exemplo", afirma Kival.
Na luta pela conquista dos mercados nacional e internacional de software, o programa da SOFTEX, Geração de Novos Empreendimentos em Software, Informação e Serviços (GENESIS) vem se destacando e ganhando notoriedade, especialmente, em todo o Brasil. Até o momento, vinte bases operacionais do GENESIS estão trabalhando, a todo vapor, distribuídas nas regiões sul, sudeste, centro-oeste e nordeste do país. São mais de 200 Empreendedores envolvidos no projeto. " Vejo o GENESIS com muito carinho. Eu comecei a ser empresário muito tarde, este pessoal, ao contrário, começa cedo, ganha tempo e está com toda garra! Para os empreendedores que estão iniciando, meu conselho é que eles devem ira a luta, mas que as empresas nasçam com visão global. Ou seja, as empresas precisam estar preparadas para competir em qualquer mercado, caso contrário vão perder para a concorrência", alerta o presidente da SOFTEX Kival Weber.
"O Brasil mudou sua mentalidade de 10 ou 15 anos atrás, quando a lei de Gerson era propagada constantemente. Nesta década podemos planejar, mais que levar vantagens estamos preocupados em construir um mundo melhor. Nossos problemas terão que ser resolvidos por nós mesmos, foi assim que outros países saíram de crises violentas. A sociedade da informação nasceu como uma oportunidade que deve ser aproveitada, porque quem ficar de fora estará a anos luz de distância".