Recife é sol, praia e muita tecnologia
A rica cultura pernambucana, com o seu Movimento Mangue Beat, foi a fonte de inspiração para a escolha do nome Recife BEAT. A palavra, além da conotação musical, significa Base para Empreendimento de Alta Tecnologia e é referência à base operacional (gene) do Projeto GENESIS, com sede na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que abriga a Coordenação Nacional do Projeto, seis empresas, 16 sócios, 12 empregados e contabilizou um faturamento, no último ano, de aproximadamente R$ 97 mil.
Com pouco mais de um ano de existência, o Recife Beat está entre os principais genes do Projeto que conta, atualmente, com 20 espalhados pelo país. Para o coordenador do Beat , Carlos Ferraz, o segredo do sucesso está associado a uma série de fatores. Pernambuco, sede da base, já é reconhecido como pólo tecnológico. Além das praias e do sol, o estado tem mostrado ao Brasil e ao mundo que possui grande potencial para a indústria de software. Não é por acaso que a informática já representa 1% do PIB - Produto Interno Bruto.
Além disso, a "casa" que abriga o Beat é nada menos que o Departamento de Informática (DI) da UFPE - reconhecido como centro de excelência tecnológica e um dos três melhores departamentos de Ciência da Computação do país. De lá, foram exportados cinco trabalhos para o Comdex/97 e dois para o EIT/97- este último, relacionado à Internet. E o departamento ostenta outros méritos, como o de possuir um corpo docente com grande número de doutores. "Sem dúvida, a parceria com o DI e os nossos consorciados tem garantido a consolidação do Beat no mercado de software. Além disso, contamos há dois anos com a Disciplina do Empreendedor que é a base de formação de empreendimentos maduros", explica Ferraz.
No apoio aos projetos desenvolvidos, o Recife Beat também conta com um "time da pesada". São oito os consorciados: O Departamento de Informática da UFPE, CESAR - Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, CIN - Centro de Inovações e Negócios, CITI - Centro Integrado de Tecnologias de Informação, Pernambuco S/A, Incubadora de Empresas Tecnológicas do ITEP- INCUBATEP, Sebrae e SOFTEX Recife.
De acordo com a avaliação da gerente de negócios, Ana Alice Spreafico Monteiro, um time tão promissor e estruturado tem mais é que chamar novos jogadores para ganhar outras partidas. Por isso, em dezembro, foi lançado um edital convocando novas empresas. A lista dos escolhidos, um total de 10 empresas, será divulgada no dia 19 deste mês. "A idéia é ter em nossa equipe empreendedores com idéias inovadoras, que apresentem propostas técnica e comercial de alto nível", enfatiza. E para os que já fazem parte do time, Ana Alice dispara os objetivos/98. "A partir deste ano, a meta é levar ao mercado o produto das empresas incubadas. Isto não será feito de qualquer maneira. Os empreendedores precisam estar aptos a enfrentar este competitivo mercado. Para isto, fechamos um curso de Recursos Humanos, com o objetivo de estimular o autodesenvolvimento, conscientizar os jovens para o papel empreendedor no mundo moderno, trabalhar a percepção coletiva das questões de relacionamento e suas soluções. E também já estamos em negociação para oferecermos a estas empresas os cursos de Qualidade Total e Administração Financeira - Contábil", conclui.
Seis novas empresas se preparam para ingressar no mercado pernambucano de software
Se depender da disposição destes empreendedores, Pernambuco não terá que esperar muito para conhecer os software made in BEAT. Na verdade, a maior parte das empresas já conquistou grandes clientes e para este ano todas têm um objetivo em comum: ampliar a comercialização dos seus produtos e atingir outras importantes fatias do mercado.
A empresa Prograph, formada por Eduardo Azevedo e Marcelo Leal, foi a primeira a levar a produção do Recife-Beat para os consumidores. Com o software RH Pointer, destinado ao desenvolvimento de Recursos Humanos, eles garantiram o certificado ISO 9000 ao seu cliente, Grupo TCA, com sede no Recife. "O nosso software é uma importante ferramenta para a implementação de sistemas de Qualidade Total", explicam os sócios. O sucesso do produto já atinge outros mercados. Na Argentina, o RH Pointer está sendo testado em sua versão "demo" e a França também se tornou alvo promissor para este ano.
Além da Prograph, na mira da exportação, está a empresa Bússola Brasil. Os jovens Fernando Sodré, Luís de La Mora e Paulo Henrique Araújo desenvolveram o BestBanner - gerenciador de anúncios para sites direcionados a espaços publicitários e o Visual Gis - produzido para área de geoprocessamento, este aplicativo cruza as informações das bases cadastrais dos clientes de uma empresa. "Pretendemos levar nossos produtos para os EUA e Alemanha e esperamos um faturamento em torno de R$ 56 mil neste primeiro semestre", antecipa Araújo.
O proprietário da empresa Nação é Adrian Lucena. Sua ferramenta para invadir o mercado é o IN LOCO. O software foi produzido para atender às administradoras de imóveis. "O IN LOCO permite cadastrar imóveis com fotografias, imprimir cheques e notas fiscais, entre outras possibilidades", exemplifica Adrian. A Nação participou do Conai/97, feira imobiliária que reúne grandes empresas do setor. Foi neste evento que o software conquistou o interesse de mais de 50 empresas e duas delas já estão testando o software em suas sedes. "O objetivo para este ano é conquistar o nordeste e o eixo Rio- São Paulo", conclui Lucena.
Tornar a comunicação nas empresas eficiente é a proposta de Júlia Regina Brito, Juliana Fernandes Lima, Breno Gustavo Costa e Fabiano Fernandes Alves. O quarteto é responsável pelo Mobile Work, produto da empresa Mobile, que oferece agenda de compromissos e uma ferramenta de suporte à reuniões,
deixando o usuário inteirado de todos os assuntos de sua empresa. Em 98, a meta do grupo é "abocanhar" um faturamento em torno de R$ 100 mil/ano, lançar a nova versão do Mobile Work e um novo produto na área de produtividade em Intranets.
A Minds optou pelo público que lida diretamente com a saúde bucal de todos nós. O produto desenvolvido por Suzana Accioly, Clarissa Martins e Simone Correia, o Utildent, garante a automação de consultórios odontológicos e ortodônticos. Os módulos deste software vão desde o cadastramento e agendamento de pacientes até a captura e armazenamento de imagens radiográficas e exames.
E para dinamizar o setor de viagens, a Strike entra no mercado de Passaporte na mão. Produzido por Cristiane de Medeiros e Nara Lyra este software visa atender aos serviços de turismo, controlando e gerenciando todas as atividades envolvidas na estrutura do setor. Para 98, as empresárias pretendem conquistar o Nordeste - região turística por natureza, participar do Congresso da ABAV/98, que acontece em outubro, no Recife, e a partir de junho deste ano, ter 60 cópias do Passaporte abrindo as portas da eficiência e interatividade do turismo.
Para entrar em contato com as empresas
Prograph - prograph@di.ufpe.br
Bússola Brasil - info@bbrasil.itep.br
Nação - nacao@di.ufpe.br
Mobile - mobile@mobile.com.br
Minds - minds@di.ufpe.br
Strike - strike@di.ufpe.br