Pequenas empresas e o mercado global
Eduardo M. da Costa

Existe um sentimento generalizado na sociedade brasileira de que exportação é um negócio "prá gente grande". Hoje em dia, entretanto, isto certamente não é verdade! Dados do Departamento de Comércio dos EUA apontam que 50% do aumento das exportações americanas deveu-se à pequenas empresas! John Naisbitt, em seu best-seller "Paradoxo Global" revela que cada vez mais as empresas tendem a ser extremamente focadas num nicho especializado do mercado, mas atuando em nível internacional!

Mais recentemente, a INTERNET vem abrindo ainda mais espaço para pequenas empresas no mercado global. Através da Rede, e usando as mais modernas tecnologias da informação, as empresas podem prospectar novas oportunidades de negócio, estabelecer parcerias, realizar marketing e vendas eletrônicas, dar suporte e manutenção e treinar clientes e distribuidores. A própria IBM reconhece este fato num anúncio recente: "What's the difference between a little kid with a web-site and a major corporation with one? Nothing. That's the problem", e prossegue indicando a necessidade das ferramentas de software da empresa. Mas o fato é que a oportunidade está aí, aberta para as empresas que contemplem uma visão correta de momento e de futuro.

Vejamos a chance de prospectar o mercado. Uma pequena empresa, através da Rede, pode checar praticamente tudo sobre o seu mercado potencial em outros países: número de consumidores, estilos de vida, interesses, produtos concorrentes, etc. Pode também estabelecer parcerias. Uma pequena empresa numa ponta do planeta sabe tudo sobre o seu produto ou serviço. Uma outra, na outra ponta do planeta, sabe tudo sobre um pequeno mercado segmentado. As duas se juntam (buscam-se através da Rede) e um ótimo negócio aparece! É claro que o conhecimento do mercado na ponta do comprador é importantíssimo (lembrem-se que por mais que as pessoas se globalizem, o bar ainda é o da esquina!) e exige contatos locais, mas este conhecimento pode agora ser agregado por pequenas empresas locais e não somente pelas megas operadoras de negócios internacionais.

O comércio eletrônico está apenas começando e já produz alterações significativas no mercado. Tomamos um susto com o sucesso da venda de livros pela Rede na Amazon (as livrarias tradicionais mais ainda!) e da venda de passagens na ITN, inexistentes há três anos. Mas o que vem por aí pode ser ainda mais significativo. A entrega de bens e serviços pela Rede, eliminando intermediários. Que tal comprar por R$0,05 a última música do Djavan? O último texto do Luis Nassif? A última foto da Vera Ficher? O último… Quem sabe o quê?!

Uma vez realizada a venda eletrônica, todo o pós-venda pode também ser realizado pela Rede. Suporte, manutenção, treinamento, correções, instruções adicionais, manuais, novas versões de produtos eletrônicos, entre outros. Talvez um dos maiores efeitos positivos da INTERNET tenha sido este: abrir a possibilidade do contato comercial à distância, igualando os atores, sem distinção de tamanho.

Se você tem uma idéia e pensa em abrir uma empresa, ou se já tem a empresa e está pensando em expansão, pense no mercado internacional. Por quê ficar restrito, a prior, ao mercado nacional, cerca de 1% do global? E mais, se você não for aos 100% (mercado total), você está seguro que alguma empresa de lá não vai tentar entrar no seu mercado cá? Considere a ameaça, mas pense mesmo na oportunidade: agora, pode!