Distribuição de Software
 
Cristiana Neves Moreno
cnm@di.ufpe.br
 
Fabrízia Medeiros de Sousa
fms@di.ufpe.br
 
Universidade Federal de Pernambuco
Departamento de Informática
Recife, PE Setembro/1998

Resumo
A diversidade de plataformas atualmente é uma realidade no mundo empresarial. A administração desses sistemas, caracterizados por serem heterogêneos e distribuídos, apresenta áreas críticas como por exemplo distribuição automática de software.

Distribuição de software é importante para administração de sistemas porque facilita a manutenção, suporte e gerenciamento das redes agilizando de modo significativo as tarefas do administrador. Esse trabalho descreve Distribuição de Software, enumera algumas ferramentas disponíveis na área e apresenta características específicas das ferramentas SMS, Castanet, Tivoli-TME-10, Unicenter TNG, Depot e Depot-Lite.
Palavras-chaves : Distribuição de software, ferramentas de distribuição

 

 Abstract
In enterprise world there are very much diverses plataforms. The administration of this systems, with distribution and heterogeneous features, have critics areas like automatic software distribution.

Software distribution is important to system administration because it helps to mantain and support the network management with less time consume. The aim of this paper is to describe software distribution and some specifics characterists of SMS, Castanet, Tivoli-TME-10, Unicenter TNG, Depot e Depot-Lite distribution tools.
Keywords : Software distribution, distribution tools



 
1. Introdução

Desde a década passada, a descentralização de recursos computacionais em ambientes corporativos vem acontecendo continuamente. Muitas aplicações foram movidas para microcomputadores e estações com sistema operacionais não proprietários. Historicamente vê-se o paradigma da computação centralizada perder mercado para o novo paradigma descentralizado. Essa mudança foi motivada principalmente pela remoção de um ponto central de falha favorecendo uma maior disponibilidade dos recursos computacionais.

A computação centralizada, que dominou o mercado por um longo período, adquiriu maturidade em muitos aspectos administrativos. Os sistemas proprietários tinham ferramentas estáveis para gerenciar os ambientes abrangendo áreas como monitoração de performance, backup, restore e completo gerenciamento de software.

O paradigma da computação descentralizada e heterogênea fornece vantagens sobre a centralização proporcionando maior disponibilidade dos recursos mas faltam ferramentas estáveis para gerenciar os ambientes. Em alguns casos a descentralização representa um problema nos ambientes de rede com muitos pontos fracos na gerência de software, destacando-se dentre outras, as dificuldades no processo de distribuição automática.

Esse trabalho explora a área de distribuição de software em ambientes descentralizados. A seção 2 descreve distribuição de software mostrando opções e obstáculos. A seção 3 apresenta características do padrão POSIX para distribuição de software . A seção 4 apresenta características de algumas ferramentas atuais e a seção 5 conclui sobre o tema.
 
 

2. Distribuição de Software

Uma das tarefas mais comuns em organizações com redes de computadores é a distribuição de software que consiste em instalar novos softwares em computadores da rede ou atualizar versão de software já instalado. Embora seja fácil copiar manualmente arquivos de programas inteiros para um número pequeno de computadores, isso passa a ser uma tarefa preocupante em redes de médio ou grande porte por consumir bastante tempo do administrador que precisa instalar, atualizar e configurar cada computador manualmente. Assim, em ambientes maiores, mecanismos automáticos para distribuição de software são de grande utilidade porque permitem minimizar o custo e esforço de disponibilização de software para uma rede com qualquer número de computadores.

A distribuição automática de software permite ao administrador distribuir novos software e atualizar versões para o usuário rapidamente e de modo controlado, garantindo que todos tenham a versão correta das aplicações e sistemas operacionais. Além disso o processo de distribuição deve garantir ao administrador que se as mudanças com a instalação do novo software derem errado eles poderão desfazer o processo rapidamente (rollback).

Em ambientes heterogêneos e distribuídos o processo de distribuição de software pode ser realizado utilizando-se diferentes métodos, dependendo principalmente do número de computadores da rede e da distribuição geográfica. As principais opções são :
 
Distribuição Manual

Trata-se de fazer todo o processo sem auxílio de qualquer ferramenta de controle. Esse método pode ser útil em ambientes com as seguintes características:

Soluções Ad Hoc

Essa solução é criada pela integração de várias ferramentas disponíveis no ambiente, sem no entanto existir um ferramenta geral de controle. Esse método pode ser útil em ambientes com as seguintes características:

Distribuição automática

É o método mais flexível podendo ser usado para redes grandes ou pequenas. Esse método possui duas estratégias:

Distribuição automática centralizada: Fornece ao administrador controle máximo sobre todas as distribuições. Entretanto, no caso de grandes redes torna-se extremamente embaraçoso controlar a grande demanda dos recursos da rede. Esse método possui a desvantagem de introduzir um ponto central de falha.

Distribuição automática descentralizada: Dá ao administrador flexibilidade máxima, consumindo uma menor quantidade de tempo e de recursos. Quando configurada apropriadamente, proporciona alta disponibilidade. Esse método é visto como a melhor opção para se fazer distribuição de software .

Dificuldades

Distribuição automática de software em ambientes heterogêneos e distribuídos não é uma tarefa simples. Os múltiplos sistemas operacionais do ambiente têm várias versões com diferentes capacidades e características. Numerosos pacotes de software são instalados e atualizados regularmente. Cada um desses pacotes tem diferentes procedimentos de instalação. A rede evolui continuamente e sempre haverá máquinas parcialmente incorporadas com necessidade de instalação de software.

Essa larga variedade de ambientes e constantes atualizações representam dificuldades para a implementação estável e consistente de um mecanismo automático de distribuição de software. Tal mecanismo deve ser capaz de instalar software em máquinas remotas com diferentes arquiteturas, sistemas operacionais e configurações. Outras características que dificultam o processo são:

 

3. Padrão POSIX (Portable Operating Systems Interface)

A distribuição, instalação e controle de software é uma importante tarefa na administração das rede e tradicionalmente consumidora de tempo dos administradores. Muitos vendedores fornecem ferramentas para seus próprios sistemas, mas especialmente em sistemas de rede heterogêneos, os administradores precisam criar seus próprios métodos.

O padrão POSIX P1387.2, formalmente conhecido por P1003.7.2, é um padrão para administração de softwares que tem como objetivo proporcionar administração distribuída, portátil e com formato padrão de pacote.

O POSIX P1387.2 estabelece objetivos, componentes, regras e tarefas formando uma base para a padronização de administração de softwares. Ele inclui comandos para instalação, removeção, configuraração e verificação de software. Um formato de distribuição de software é definido através desses comandos para criar e consolidar imagens de distribuição. Mecanismos de acompanhamento são estabelecidos para rastrear quais softwares estão instalados e em que nível. Os comandos podem ser direcionados para um sistema ou para qualquer número do sistemas através da rede.

O POSIX P1387.2 propõe uma padronização a partir da definição de componentes, regras, estrutura de pacotes e tarefas.

Os componentes definidos são: Layout de pacote, comandos e informações gerenciais. O layout de pacote define as informações necessárias para distribuir o pacote sobre um meio físico permitindo que usuários de diferentes meios consigam fazer a distribuição. Os comandos são formas de realizar tarefas. As informações gerenciais descrevem o software que está sendo gerenciado.

As regras auxiliam no esclarecimento das tarefas. Tem-se regras de pacotes, regras de fonte, regras de destino, regras de cliente e regras de gerente. As regras não são obrigatórias e diferentes regras podem ser sobrepostas, separadas ou combinadas. A figura 1 ilustra relações entre as regras.

 
Figura 1 : Regras na Administração de Software
A estrutura de pacotes define precisamente o formato de empacotamento do software de acordo com as regras de fonte. O padrão não define o formato para instalação e configuração. A figura 2 mostra a estrutura de pacotes definida pelo padrão.
 
Figura 2 : Estrutura de Pacotes
Uma distribuição é feita sobre produtos ou pacotes. Produtos são entidades com nome, número de revisão e arquitetura. Pacotes são vários produtos que são agrupados e gerenciados juntos. Produtos contém conjuntos de arquivos e subprodutos. Conjunto de arquivos são arquivos logicamente relacionados. Subprodutos estão contidos em produtos e são métodos de endereçar um grupo de arquivos lógicos.

Por último, o padrão POSIX P1387.2 defina as tarefas, que são ativadas por comandos . As tarefas definidas são: Empacotamento, cópia, instalação, configuração, remoção, consulta, verificação, listagem e modificação.

Processo de Instalação

O POSIX P1387.2 define o processo de instalação de um software a partir de atividades que transformem o pacote em um estado que possa ser rodado e configurado. As atividades são:

Os aspectos de instalação e atualização de sistemas operacionais exigem técnicas especiais e não são tratados pelo P1387.2. O padrão trata apenas de distribuição de software assumindo que o sistema operacional esteja presente.

Formato de Comandos

A forma básica de um comando deve ser :

comando [opções] seleções \ [ destino] O comando opera no software identificado pela seleção. As tarefas são realizadas no destino especificado. As opções determinam a forma de trabalho do comando.

Catálogo de Software

O POSIX P1387.2 define informações de controle que devem existir num catálogo de software mas não define o formato do catálogo nem a forma de acesso. O catálogo deve definir produto, subproduto, pacote, etc, a partir de atributos como nome, revisão, dependência, etc. Deve ser suportado também, se necessário, múltiplos catálogos como por exemplo catálogo de produção, teste e desenvolvimento.

Pontos de Instalação

Os pacotes de software devem ser construídos permitindo serem instalados em qualquer ponto da hierarquia de arquivos existentes inclusive em pontos virtuais para que possibilitem instalações em clientes sem disco.
 

 
4. Evolução de Ferramentas

Algumas ferramentas foram desenvolvidas para auxiliar a tarefa de distribuição automática de software. Existem ferramentas abertas (disponíveis livremente) e também produtos puramente comerciais.

Dentre os produtos disponíveis livremente temos :

Existem algumas ferramentas comerciais para distribuição de software assim como ferramentas mais abrangentes para gerenciamento total de software. O campo de aplicação das ferramentas comerciais são principalmente grandes companhias com diversas filiais e muitos equipamentos. O preço dessas ferramentas é alto, aproximadamente U$ 50.000 por licença, e poucas empresas estão dispostas a pagar tão alto apesar dos benefícios proporcionados.

Alguns exemplos de ferramentas comerciais para distribuição automática de software são :

Algumas características específicas de importantes ferramentas de distribuição de software são apresentadas a seguir.
 

4.1 Microsoft Systems Management Server (SMS)

O SMS é um produto integrante do Microsoft BackOffice baseado em Windows-NT com o objetivo de facilitar a manutenção, suporte e gerenciamento centralizado das redes. É uma ferramenta fácil de usar e não exige que o administrador desenvolva código ou aprenda procedures sofisticadas. Todo o processo é feito por diálogos amigáveis e bastante interativo. Suas principais características são:

Inventário de hardware e software: O SMS permite criação automática de um banco de dados com detalhes de hardware e software do computador. O administrador pode usar essas informações para tarefas como determinar quantos computadores existem na organização, quantos cópias de um software estão instaladas, identificar que computadores tem um hardware específico, etc. O Inventário é a base sobre a qual SMS fornece todos os serviços.

Distribuição de software: Usando o SMS o administrador pode instalar, fazer upgrade e configurar cada computador a partir de uma localização central. É possível distribuir um arquivo individual ou uma aplicação de software completa. O SMS permite distribuição com inicialização automática e programação de horário permitindo distribuição em horas de menor uso da rede.

A distribuição de software do SMS consiste basicamente na criação de um pacote que contém os dados que precisam ser distribuídos e as instruções de instalação. Depois de criado o pacote, um job é usado para enviá-lo aos pontos de distribuição da rede. Quando o cliente recebe o pacote, são iniciadas as instruções de instalação que constam no pacote, finalizando o processo.

Capacidade de desinstalar e voltar ao estado anterior (Uninstall e rollback): O SMS permite uninstall para remover instalação e rollback quando a instalação não acontece como esperado. Com uninstall a aplicação é simplesmente removida. Com rollback todas as mudanças que foram feitas na máquina destino são retornadas ao estado anterior. Arquivos que foram apagados são restaurados assim como serviços, ícones, atalhos, etc. Se a instalação não pode ser completada ou se a aplicação precisar ser removida por qualquer razão, o computador pode ser restaurado ao estado antes da instalação ou distribuição.

Compartilhamento de aplicações de software: O SMS possui servidores de distribuição que disponibilizam aplicações para uso compartilhado com o objetivo de economizar espaço em disco, permitir usuários com mesma configuração de aplicação e permitir disponibilização de aplicações independente de localização.

Controle de atividades a distância: O administrador pode a distância controlar tela, teclado e mouse de um computador cliente. Também é possível remotamente emitir comandos, transferir arquivos, visualizar variáveis de ambiente e reiniciar o cliente. Essas facilidades minimizam visitas permitindo gerenciamento de mais usuários.

Habilidade para trabalhar com redes de tamanho e características variadas: O SMS trabalha com sistemas operacionais cliente/servidor admitindo para o servidor os sistemas operacionais Windows-NT, Netware e IBM LAN Server e para os clientes os sistemas MS-DOS, Windows, Windows-95, Windows-NT, OS/2 e System 7.

Outras características úteis do SMS são :

Facilidade de uso: O SMS fornece uma série de diálogos amigáveis para o administrador. As informações dos diálogos são convertidas em scripts que quando compilados geram arquivos .EXE e .PDF para que o SMS faça a distribuição. Para o administrador isso é uma enorme vantagem porque ele pode desenvolver de modo rápido e fácil PDFs sem exigir qualquer código ou programação técnica.

Instalação baseada em arquivos ou disquetes: O script de instalação criado pode ser um simples arquivo de instalação ou pode ser um disquete de distribuição. Isso permite ao administrador a habilidade de distribuir software para localizações remotas enviando um disquete ao invés de realizar um conexão de rede ou conexão dial-up.

Editor de Diálogos: O administrador tem disponível um editor de diálogos que permite criação de diálogos de modo rápido e fácil.

Integração com a Internet: O SMS pode trabalhar com a rede Internet principalmente para coleta de dados, distribuição de software e controle a distância . É possível usar a Internet como uma conexão WAN através da qual o SMS faz distribuição de software para sites remotos e transfere dados de inventário de hardware e software. O administrador pode usar o SMS para configurar remotamente computadores que são usados como servidores Web. Outra ligação com a Internet é a geração de relatórios a partir do base de dados do SMS em formato HTML para publicação como site Web. Como exemplo de uso da Internet , o administrador pode coletar informações para determinar que servidor Web precisa fazer upgrade para uma nova versão de software, o administrador pode a distância emitir comandos de configuração para um servidor, etc.

Componentes SMS

Os principais componentes SMS são:

Sites: Agrupamento lógico de computadores, tipicamente localizados em uma área geográfica. O SMS permite a construção de uma hierarquia de sites baseada nas necessidades organizacionais e gerenciais, diminuindo o tráfego entre os sites. Os sites de uma hierarquia podem ser primários (com seu próprio SQL Server) ou secundários (sem SQL Server).

Domínio: Assim como sites, domínio é uma forma de agrupar logicamente computadores para facilitar tarefas de gerenciamento. Domínio é uma subdivisão lógica de um site e todo site deve ter pelo menos um domínio.

Servidores: São computadores que possuem módulos servidores. No SMS temos servidores de sites, logon, distribuição e helper.

Clientes: São computadores que rodam o software SMS Client e permitem ao usuário operações como instalar software e executar aplicações a partir de servidores. Nos clientes, softwares podem ser instalados a distância por administradores e automaticamente são coletados dados de inventário.

Serviços: Após a instalação do SMS, seus serviços são disponibilizados. Os serviços SMS controlam o banco de dados , os diretórios e sistemas de arquivos do site servidor. Como exemplos de serviços SMS temos Gerente de Configurações, SMS Executive, Gerente de Sites e Gerente de Pacotes.
 

4.2 Castanet

A solução de software Castanet da empresa Marimba gerencia aplicações e informações através de intranet, extranet e Internet.

Castanet é um completo conjunto de produtos cliente/servidor que trabalha através de plataformas heterogêneas para garantir que usuários sempre tenham a mais nova versão da aplicação e os dados mais atualizados. Ele suporta aplicações escritas em linguagens como C, C++, Java e outras. Ele também oferece alto nível de segurança, eficiência e controle administrativo para o gerenciamento de software fora do firewall. É extremamente rápido e fácil de implementar.

Com o software Castanet, a empresa pode, de maneira confiável, expandir o empreendimento e entregar aplicações e serviços para usuários móveis, sócios e clientes fora do firewall. Ele oferece a mais avançada segurança, incluindo criptografia SSL, autenticação e codificação de sinais de qualquer ponto de controle de distribuição de software sobre a extranet e a Internet.

O Castanet reduz o custo de manutenção de PCs através da diminuição no custo de instalação e manutenção de software. Usando o software Castanet, administradores de rede podem distribuir e manter aplicações sobre a intranet.

Componentes Castanet

O sistema Castanet inclui software cliente e servidor, sendo composto de quatro componentes principais:

Castanet Transmitter Server: Software do servidor de rede que gerencia a distribuição e manutenção de aplicações Castanet.

Castanet Clients: Software cliente que monitora, recebe e gerencia aplicações selecionadas pelo usuário final, inclui os software Castanet Tuner e Castanet UpdateNow.

Castanet "channel": Uma aplicação, serviço ou dados são distribuídos através de qualquer rede TCP/IP entre Castanet Transmitter Server e Clients.

Castanet UpdateNow SDK: Um kit desenvolvedor de software que inclui documentação técnica, exemplos e uma biblioteca extremamente leve.

Funcionamento do Castanet

O sistema Castanet pode ser usado com aplicações existentes ou novas e suporta todos os passos do ciclo de vida da aplicação. Usando o software Castanet pode-se criar, distribuir e instalar aplicação, manter e atualizar esta aplicação, capturar o retorno do usuário e prover uma base personalizada.

 
4.3 Tivoli TME -10

O sistema TME (Tivoli Management Environment) envolve uma série de ferramentas de administração de sistemas heterogêneos. Uma dessas ferramentas corresponde ao TME-10 Software Distribution que é um mecanismo de distribuição eletrônica de aplicações cliente/servidor disponibilizadas em rede.

O TME-10 permite empacotar, distribuir e instalar aplicações usando tecnologia de disponibilização baseada em transações. Essas transações acompanham todas as etapas necessárias para permitir a operalização dos produtos, preocupando-se também com a performance da distribuição em si.

O ciclo completo da disponibilização dos produtos é uma preocupação da Tivoli. Para tanto, o TME-10 funciona em conjunto com um inventário (TME-10 Inventory), um repositório aberto de configuração, uma especificação para gerenciamento de aplicações AMS (Applications Management Specification), uma monitoração da configuração (TME-10 Distributed Monitoring) e uma unificação com o TME.

O TME-10 Inventory gerencia informações sobre hardware e software de banco de dados relacionais, esquematizando-os de forma coerente para o usuário ou administrador do sistema. A especificação AMS preocupa-se com a fase de desenvolvimento do software, orientando os desenvolvedores a habilitar informações de gerenciamento. Essa orientação facilita o empacotamento, montagem de scripts e posterior administração do produto. O repositório distribuído de configurações suporta vários bancos de dados do mercado e emprega APIs. TME-10 acompanha e evita mudanças não autorizadas a aplicações ou arquivos, de acordo com a política de configuração estabelecida.

 
4.4 Unicenter TNG Delivery Option

O Unicenter TNG é um produto da Computer Associates. Ele distribui, instala, configura, aciona, verifica, atualiza e desinstala softwares a partir de um ponto central. Esta solução escalonável possibilita administradores configurar softwares e dados dentro de pacotes para entregar a um ou milhares de usuários. Esta opção poupa tempo e dinheiro de organizações, eliminando a necessidade de instalação de software fisicamente em cada workstation e no servidor da rede.

O Unicenter TNG oferece os seguintes benefícios para as organizações: Redução do custo total de gerência de software pela automação de tarefas associadas com administração de software, como por exemplo, entrega, instalação, atualização e manutenção de processos; aperfeiçoamento de níveis de serviços possibilitando administradores estabelecer programas de distribuição, automatizar entregas sincronizadas com tempo crítico, e programar auto-instalação ou instalação "fan-out" em múltiplas fases; aumento de disponibilidade através da tecnologia WakePC da CA possibilitando administradores instalar software em PCs adormecidos durante as horas de não-produção.

As principais características do Unicenter TNG são:

  • biblioteca central de software para prover um controle maior de versões de software;
  • distribuições push e pull , ou seja, suporta distribuição iniciada pelo servidor (push) ou pelo cliente (pull);
  • gerenciamento centralizado mantendo um registro centralizado do software instalado;
  • automação e monitoração de todos os eventos, fornecendo respostas automáticas para problemas ocorridos;
  • distribuição multi-enfileirada fornecendo alto grau de monitoração centralizada, enquanto limita a carga da rede;
  • setup inicial do sistema, ou seja, o usuário pode simplesmente colocar um novo PC na rede e o Unicenter TNG instala o sistema operacional e as aplicações apropriadas;
  • gerencia "Roaming Users" garantindo que os usuários tenham as aplicações que eles necessitam;
  • criação de scripts automatizados para instalação customizada em disquetes ou pacotes para aplicações.
  •  
    4.5 Depot e Depot - Lite

    O Depot é um ferramenta de gerenciamento de software desenvolvida no sistema Andrew do Carnegie Mellon University. O mecanismo fornecido pelo Depot integra pacotes de software, denominados coleções, em diretórios hierárquicos comuns (DEPOT-CMU).

    Depot cria uma hierarquia de diretórios espelhados para cada coleção instalada. O conjunto dessas coleções e suas respectivas bases são endereçadas pelo diretório especial /depot. A integração do ambiente é possível com o uso de links simbólicos. Depot verifica a integridade do ambiente antes de criar cada estrutura de diretório, estabelecendo arquivos de índice que favorecem o compartilhamento de arquivos em diretórios comuns. Neste caso, a ferramenta comunica a ocorrência e espera a decisão do administrador sobre a modificação ou movimentação dos arquivos em questão.

    O Depot é indicado para ambientes de porte médio e com instalação de softwares que seguem a estrutura /usr/local. Os produtos que não obedecem essa estrutura não são cobertos pela ferramenta Depot.

    O Depot-Lite é uma melhoria do Depot que permite operações de múltiplas versões do mesmo pacote de software em um host específico. Nesse aperfeiçoamento o usuário com acesso root desempenha poucas atividades e delega atividades a outros usuários.

    No Depot-Lite os diretórios dos pacotes são agrupados por plataforma facilitando a montagem de todos os produtos para uma estação de trabalho e posterior visualização de todas as versões de produtos disponíveis na plataforma. Há também divisão de arquivos de configuração por domínio, permitindo a personalização do software por grupo ou departamento.

    O Depot-Lite permite dois modelos de instalação: por coleção, de acordo com os padrões Unix, e por módulos para os que não seguem esse padrão. Depot-Lite executa verificação de interdependência de software através de scripts que pesquisam o cadastro dos produtos, tentando recuperar aqueles que são interdependentes durante operações de remoção ou atualização.

    As principais dificuldades no uso do Depot-Lite são:

     
     
    5. Conclusão

    Nesse artigo foram descritas soluções para resolver o problema de distribuição e manutenção de software em redes heterogêneas. No lugar de instalação e manutenção manual de software, usa-se um produto para instalar e distribuir os software pelos pontos da rede, facilitando com isso o trabalho do administrador de rede e reduzindo o custo no gerenciamento de software.

    Os diversos produtos comercias na área de distribuição de software apresentam características similares como manutenção de inventário, distribuição automática, compartilhamento de aplicações, controle a distância, interface gráfica, facilidade de uso, habilidade de rollback , etc. No entanto, em termos de funcionalidade, as diferenças são sutis e de difícil identificação em produtos de mesma capacidade como por exemplo TME-10 e Unicenter TNG. As diferenças visíveis entre essas ferramentas são apenas na definição e uso de componentes internos. Para as empresas que precisam fazer uma opção, no momento da escolha deve-se verificar as características e vantagens que mais se adaptam ao ambiente da organização.

    Muitas são as dificuldades para se implementar um ferramenta realmente eficiente e completa porque os requisitos que devem ser satisfeitos são complexos e mudam continuamente. A distribuição de novas versões de softwares que não podem ter a execução interrompida ainda continuam sem solução.
     
     

    6. Referências

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    13. www.marimba.com
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