100 ANOS DE QUADRINHOS A Internet presta sua homenagem e Pernambuco comemora Se vocˆ ‚ do tipo que acha hist¢rias em quadrinhos assunto para crian‡a, pode parar de ler essa mat‚ria. O papo aqui ‚ sobre HQ e quadrinistas que fazem a cabe‡a de adultos em diferentes partes do mundo, inclusive aqui em Pernambuco. E para homenagear a chamada 9a arte, que est  comemorando seu centen rio este ano, que tal um zapping pelos lugares certos? ZAPPING! PERNAMBUCO TAMBM COMEMORA QUADRINHOS PERNAMBUCANOS TÒM HISTàRIA Leila Cunha (lnc@el¢gica.com.br) especial para Mundi ZAPPING! EDUARDO:(Esta primeira parte da mat‚ria, ilustrar com: laerte1.gif, calvin.gif, rebord.gif, gerald1.gif, fliti1.gif, bobcusp.gif , niquel1.gif e fantasm.gif) O ciberespa‡o oferece diversos sites com imagens, tiras e muita hist¢ria para contar. A primeira dica vai para os fÆs e admiradores do j  saudoso Calvin (http://www.csd.uu.se/~d94her/calvin/jumpstation.html) e seu tigre de pel£cia insepar vel, Harold, (no original, Hobbes), cujas aventuras deixaram de ser produzidas desde dezembro de 1995 por decisÆo do pr¢prio autor, Bill Watterson. A p gina explica o porquˆ e ainda d  acesso a imagens, hist¢rias, al‚m de biografia do autor e mais de 30 links para homepages criadas pelos mais apaixonados fÆs. Ainda na  rea de quadrinhos de humor, o site dos Peanuts (http://www.unitedmedia.com/comics/peanuts) (ou a Turma do Snoopy) ‚ indispens vel nÆo s¢ pelo visual mas, sobretudo, pelo conte£do. H  links para informa‡äes biogr ficas do autor, Charles Schulz, seus pensamentos, personalidades de cada personagem, arquivos de tiras e at‚ uma lista de museus e obras de artes pl sticas inspiradas neles. E j  que o assunto ‚ humor adulto, a pedida ‚ aprender um pouco mais sobre os artistas e personagens nacionais que fazem sucesso nas tiras dos principais jornais do pa¡s. Infelizmente, quase nÆo h  sites espec¡ficos sobre cada um deles, mas ‚ poss¡vel encontrar desenhos e dados interessantes sobre o trabalho de Glauco ("GeraldÆo"), Angeli ("Rebordosa" e "Bob Cuspe"), Henfil ("Gra£na"), Fernando Gonsalez ("N¡quel N usea") e Laerte (o £nico que teve direito a uma homepage s¢ dele, pois o organizador ‚ fÆ confesso) em uma p gina (http://www.ime.usp.br/~humberto/comics/index.html) nÆo-oficial. Agora se sua paixÆo ‚ mesmo por super-her¢is americanos, a sugestÆo ‚ dar uma olhada na page do lend rio Fantasma (http://www.pcug.org.au/~swhite/welcome.html), que este ano chega aos 60 anos. Antigos desenhos, fatos e curiosidades sobre o personagem, a biografia de Lee Falk, o autor, e a descri‡Æo com dados e desenhos de cada um de seus companheiros de aventuras estÆo dispon¡veis no site. E, finalmente, para aqueles que, al‚m de leitores e/ou colecionadores de HQ, curtem pesquisar o assunto, descobrir fatos sobre a hist¢ria dessa forma de arte e a biografia de seus pioneiros, j  existe uma esp‚cie de mini-enciclop‚dia (http://www.wizard.com/~herriman/collect.htm) sobre a hist¢ria das HQs na Am‚rica - para quem nÆo sabe, o ber‡o da primeira tira publicada no mundo. H  quem conteste o fato, mas, polˆmicas … parte, uma das mais educativas e divertidas maneiras de homenagear os cem anos das historinhas pode ser visitando este site. PERNAMBUCO TAMBM COMEMORA (ilustrar com leefalk.gif e ilustra‡äes de J. Barros) Vocˆ sabia que em Recife, capital de Pernambuco, j  existe uma organiza‡Æo totalmente voltada para os interesses de colecionadores de HQ? Aproveitando os 100 anos das historinhas, o pessoal da Nanquim - Associa‡Æo dos Colecionadores de Quadrinhos do Recife escolheu 1996 para come‡ar a movimentar a cena cultural da cidade, promovendo eventos ligados … chamada 9a arte. O lema do movimento ‚ um s¢: mostrar …s pessoas que os quadrinhos sÆo coisa s‚ria. Fala o presidente da Nanquim, F bio Ozias, 22 anos, banc rio, fÆ de carteirinha de um certo "cavaleiro das trevas", muito conhecido como Batman (http://www.math.ufl.edu/~wdn/comics/batman/): "eu tinha uma motiva‡Æo pessoal por essa luta. Mais ainda, um trauma de infƒncia. Descobri os quadrinhos aos 12 anos e acabei virando colecionador". "O problema ‚ que meu pai tinha medo que as revistas me afastassem dos livros escolares e me proibia de ler (embora, ele pr¢prio tamb‚m colecionasse revistinhas...). O que ‚ que eu fazia? Todas as noites, antes de dormir, apagava a luz do quarto, me cobria com um len‡ol e usava uma lanterninha ...". Hoje, F bio tem um acervo de cerca de 2.700 revistas onde o forte sÆo as s‚ries de luxo do Cavaleiro das Trevas e da DC Comics. Em fevereiro do ano passado fundou a Nanquim, que hoje tem cerca de vinte associados. O primeiro evento promovido pela entidade aconteceu de 25 a 30 de mar‡o £ltimo, na Biblioteca P£blica de Pernambuco. O Centen rio da Linguagem dos Quadrinhos teve exposi‡Æo de trabalhos de quadrinistas pernambucanos, brasileiros e dos grandes personagens e artistas que marcaram a hist¢ria das HQ no mundo, juntamente com a exibi‡Æo de v¡deos ligados ao tema. No campo do "bl -bl -bl ", atuais e ex-cartunistas, pesquisadores, colecionadores, aficcionados e curiosos conversaram sobre o assunto em clima de bate-papo, do jeitinho que eles gostam. As TVs e jornais locais deram a maior cobertura e o evento acabou batendo o recorde da Biblioteca P£blica em n£mero de visitantes: mais de 500 pessoas de quase todas as idades passaram por l  (o n£mero ‚ alto para uma cidade de poucos leitores como o Recife.) Mais do que satisfeitos com a repercussÆo desse primeiro evento, os membros da Nanquim j  tˆm planos mirabolantes para os pr¢ximos cap¡tulos dessa hist¢ria ... "Fomos convidados para levar a exposi‡Æo para escolas, pretendemos promover novos semin rios e debates espec¡ficos sobre artistas como Lee Falk (http://www.pcug.org.au/~swhite/phcreat.htm) , Frank Miller (http://www.pcug.org.au/~swhite/phcreat.htm) e Will Eisner (http://www.us.itd.umich.edu/users/kens/comix/) e ainda montar uma gibiteca", adianta F bio. QUADRINHOS PERNAMBUCANOS TÒM HISTàRIA (ilustrar com ilustra‡äes de J. Barros, Roberta Cirne e Danielle James, num tamanho bem pequeno. NÆo importa se nÆo d  para ser lido, j  que os nomes de cada um deles vÆo ter um link para p ginas deles onde haver  uma ficha t‚cnica e a hist¢ria em tamanho maior) Como em todo o Brasil, nunca foi f cil viver de hist¢rias em quadrinhos em Pernambuco. At‚ hoje, quem conseguiu teve que ir para o sudeste brasileiro. Tradi‡Æo mesmo por aqui sempre teve a ilustra‡Æo de humor sat¡rico, semelhante … charge e a caricatura atuais, que come‡ou a surgir nos jornais locais j  na primeira metade do s‚culo XIX, e at‚ hoje permanecem. O primeiro e importante boom de quadrinhos propriamente ditos no Estado s¢ aconteceu no final dos anos 70 e in¡cio dos 80, ainda que sem grande repercussÆo nacional. Um grupo de cinco artistas (quatro desenhistas e um roteirista) se reuniu e publicou trabalhos em revistas que circulavam em todo o pa¡s, produziu trˆs revistas de cunho regional, chegando a exportar tiras com roteiros pr¢prios para a Europa. Os trabalhos eram inspirados nos cl ssicos do faroeste, terror, er¢tico e de humor que faziam sucesso na ‚poca, sob forte apelo comercial para poder concorrer com os produtos norte-americanos. Seus desenhos eram bem acabados, inspirados no cinema e fotografia, e, portanto, conhecidos como quadrinhos cl ssicos. Infelizmente essa produ‡Æo nÆo resistiu … crise econ“mica que fechou muitas editoras comprometidas com a luta pelas HQ nacionais no in¡cio dos 80. E os pr¢prios artistas mudaram de ramo. Zenival virou artista gr fico e artista pl stico nas horas vagas, M rio Paciˆncia e Lib¢rio trabalham com publicidade e para entidades de classe, Roberto Portela ‚ artista pl stico e Wilde Portela, o roteirista, ‚ jornalista e produtor musical. Mas a for‡a e o talento de sua arte nÆo se perdeu com o tempo. Recentemente resgatada em pesquisa acadˆmica, a produ‡Æo do Boom dos Quadrinhos Cl ssicos em Pernambuco nÆo deixa d£vidas sobre sua importƒncia na hist¢ria da ilustra‡Æo e da arte sequencial pernambucanas. Atualmente a produ‡Æo no Estado praticamente se resume ao empenho dos membros da Produtora Art¡stica de Desenhos de Aventura - PADA. Fundada em 1985, a organiza‡Æo publica a revista Croquis e o fanzine Prismarte, s¢ com quadrinhos locais. As revistas tˆm publica‡Æo irregular, pois ainda nÆo deslancharam no mercado local, mas servem de espa‡o para que os novos artistas mostrem seus trabalhos. Com o evento O Centen rio da Linguagem dos Quadrinhos, realizado no Recife em mar‡o £ltimo, alguns jovens quadrinistas recifenses desengavetaram suas melhores cria‡äes e deram o ar da gra‡a. Associados … Jos‚ Luciano Barros e a dupla Danielle Jaimes e Roberta Cirne confessam-se apaixonados pela 9a arte e dispostos a lutar pela profissionaliza‡Æo no ramo. O BOOM DOS QUADRINHOS CLµSSICOS EM PERNAMBUCO (ilustrar com capa do trabalho e fotos da exposi‡Æo no CAC) A pesquisa "O Boom dos Quadrinhos Cl ssicos em Pernambuco" foi elaborada pela pernambucana Leila N£bia Cunha como trabalho de conclusÆo do curso de Jornalismo na Universidade Federal de Pernambuco durante o primeiro semestre de 1994. Com 70 p ginas de hist¢ria e an lise est‚tica da produ‡Æo de HQs no Estado entre o final dos anos 70 e in¡cio dos anos 80, a monografia foi acompanhada de uma exposi‡Æo dos melhores trabalhos dessa produ‡Æo montada no Hall do Centro de Artes e Comunica‡äes da UFPE, em julho daquele ano . A imprensa escrita e televisionada deu cobertura e o assunto acabou virando tema principal de um programa de debates numa rede local de televisÆo, que contou com a presen‡a da autora e quadrinistas envolvidos. Mas para a felicidade de quem luta pela valoriza‡Æo dos quadrinhos como arte s‚ria, nÆo foi s¢ a m¡dia que se interessou por essa est¢ria. O tÆo sisudo universo acadˆmico acabou dando … pesquisa o 1- lugar do Prˆmio Intercom 95, promovido anualmente pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunica‡Æo-Intercom. A entrega do certificado de premia‡Æo aconteceu em setembro do ano passado na Universidade Federal de Sergipe/UFS, em Aracaju, durante o XVIII Congresso Brasileiro de Ciˆncias da Comunica‡Æo. Coincidˆncia ou nÆo, tamb‚m na ocasiÆo foi inaugurado o primeiro Grupo de Trabalhos (f¢rum de debates e apresenta‡Æo da produ‡Æo acadˆmica, popularmente conhecido como GT no jargÆo dos congressistas) sobre Humor e Quadrinhos da hist¢ria deste Congresso. Assim como o primeiro evento realizado pela Nanquim - Associa‡Æo dos Colecionadores de Quadrinhos no Recife foi um sucesso, o tal GT foi o mais visitado pelos estudantes durante todo o Congresso da Intercom. Sinais de novos tempos para as HQ brasileiras? PµGINAS DOS LINKS DO TEXTO COM NOMES DOS AUTORES (PµG. 1) Jos‚ Luciano Barrros, 23 anos. (ilustrar com trabalhos de J.Barros) "Minha paixÆo pelos quadrinhos vem desde pequeno. Aprendi a desenhar e com o passar do tempo desenvolvi esta t‚cnica. Hoje trabalho em cima da mesma visando produzir uma revista. Sou desenhista, argumentista e quadrinista" Luciano Barros Monteiro Endere‡o: Rua Carlos Pena Filho, 279/202 Jardim Fragoso Olinda-PE (PµG 2) Roberta Cirne, 22 anos. (Ilustrar com trabalhos de Roberta) "Desenho desde a infƒncia. Foi algo que surgiu muito cedo em minha vida. Quando crian‡a, me interessei por quadrinhos do Super-Homem e Homem-Aranha, mas a minha tendˆncia at‚ 94 era Disney (o estilo e o desenho). Em 1994 comecei, junto com Danielle Jaimes a fazer quadrinhos independentes. Atualmente, ilustro livros infantis e estou me preparando para lan‡ar a primeira revista pelo cat lago da PADA, junto com Danielle, com uma hist¢ria nova dos GuardiÆes. No futuro, pretendo me lan‡ar no mercado internacional (j  estou come‡ando a batalhar). (PµG 3) Danielle Jaimes, 20 anos (ilustrar com trabalhos de Danielle) "Minha paixÆo pelo desenho come‡ou desde crian‡a. Desde o dia em aprendi a fazer minha primeira boneca at‚ hoje, passou-se um longo per¡odo de observa‡Æo, de treino, de evolu‡…o, de expectativa e admira‡Æo pelos quadrinhos e desenhos animados. Assim como Roberta, sofri uma forte tendˆncia pela Disney e ainda hoje ela me fascina. Os quadrinhos vieram um pouco mais cedo para mim, pois eu j  os fazia quando conheci Roberta. Juntas, criamos os GuardiÆes e cada uma descobriu seu pr¢prio estilo, procurando atingir a qualidade que esse mercado exige. Espero futuramente que nosso trabalho seja reconhecido e possamos ter a chance de lan‡ -lo no mercado nacional e internacional."